
Projeto interdisciplinar realizado pelos alunos do 8º Ano D, da Escola Estadual Paulo Freire
Orientadora do Projeto
Professora Especiallista em Educação Matemática: Adelaide Lucas Norberto
Sinop-Mt. 2010
INTRODUÇÃO
A Escola Estadual Paulo Freire trabalha com a modalidade de ensino, Ciclo de Formação Humana que respeita o tempo de aprender de cada indivíduo, propõem o agrupamento dos estudantes onde às crianças e adolescentes são reunidos pelas suas fases de formação, o conteúdo é organizado a partir de uma pesquisa, realizado de acordo com o interesse e necessidades dos alunos.
A grande finalidade de organizar o trabalho didático a partir de projetos é dar um sentido prático ao que se aprende e viabilizar a participação ativa dos alunos na construção do conhecimento.
Realizar projetos, qualquer área, significa buscar respostas para questões problemáticas, que envolvem os temas da área ou transversais a ela, tendo como função propiciar um conhecimento relacional, que integrem outros temas ou áreas na sua resolução.
O trabalho como projeto pretende também ativar a função da escola e da sala de aula como pólo irradiador de saber e para isso, propõe um produto social real para o conhecimento construtivista dentro de um projeto, que pode ser uma campanha, um evento, um material escrito, enfim, um conhecimento que esteja a serviço da coletividade.
Este trabalho foi elaborado no âmbito da interdisciplinaridade tratando o tema “Violência Doméstica”.
Muitas são as pessoas que definem violência doméstica como agressão física feita pelo marido à mulher. Ela existe em todos os países e atinge todas as classes sociais. É o sintoma mais visível da desigualdade de poderes nas relações entre homens e mulheres. Durante muito tempo foi considerada como um tabu. Ninguém falava dela, ninguém admitia tê-la testemunhado, ninguém fazia nada para impedir, hoje, o assunto é mais público embora continue a existir um muro de silêncio em torno das vítimas. Este silêncio muitas vezes normalmente surge do medo de represarias.
A violência doméstica é um problema universal que atinge milhares de pessoas, em grande número de vezes de forma silenciosa e dissimuladamente.
Trata-se de um problema que acomete ambos os sexos e não costuma obedecer nenhum nível social, econômico, religioso ou cultural específico, como poderiam pensar alguns.
Sua importância é relevante sob dois aspectos; primeiro, devido ao sofrimento indescritível que imputa às suas vítimas, muitas vezes silenciosas e, em segundo, porque, comprovadamente, a violência doméstica, incluindo aí a Negligência Precoce e o Abuso Sexual, pode impedir um bom desenvolvimento físico e mental da vítima.
Segundo o Ministério da Saúde, as agressões constituem a principal causa de morte de jovens entre 5 e 19 anos. A maior parte dessas agressões provém do ambiente doméstico.
Os crimes de violência contra a mulher só têm penas mais severas quando são maior de idade gravidade, como no caso de assassinato, tentativa de homicídio ou estupro.
OBJETIVOS
Construir conhecimentos conceituais, procedimentais e atitudes que permitam desenvolver um olhar crítico, dentro dos registros de violência doméstica de crianças e adolescentes.
Fornecer aos alunos do 8º Ano D informações sobre violência doméstica e confrontá-las com aquelas referentes a sexo com crianças (pedofilia), evitando emitir juízo de valores sobre os pontos definidos por lei como sendo da alçada individual de cada aluno, e preenchendo a lacuna existente sobre o tema na Internet.
Conhecer os aspectos legais que protege os direitos da criança, e da mulher para que os mesmos possam notificar casos suspeitos ou confirmados de violência doméstica.
Conceituar os principais tipos de violência doméstica.
Conscientizar, prevenir/conhecer as causas e conseqüências de violência doméstica. Proteger-se de relacionamentos que possa lhes prejudicar.
Compreender os tipos de pessoas que praticam esse tipo de violência doméstica.
Enfim, cada área, o seu modo, e sem perder de vista seu objetivo de estudo, poderá contemplar em seu planejamento os temas transversais e conteúdos de natureza conceitual e procedimental.
JUSTIFICATIVA
Tendo em vista que hoje há na sociedade casos de violência doméstica, e que os meios de comunicação veiculam informações sobre o tema, estabelecer junto aos alunos um conjunto de ações articuladas que permitam a investigação e orientação sobre o tema, treinar o olhar dos mesmos para conhecer e identificar os indicadores de violência doméstica.
METODOLOGIA
Escolha e delimitação do tema.
Os alunos relataram o que eles sabiam sobre o tema e o que eles pretendiam aprender com o projeto interdisciplinar: - Violência Doméstica.
No momento surgiram dúvidas e questionamentos sobre o assunto, onde eu Adelaide Lucas professora coordenadora do projeto solicitei para que os alunos trouxessem pesquisas bibliográficas relacionadas aos assuntos para estudos e socializações dos mesmos.
Desenvolvimento dos relatórios individuais e em grupo dos alunos na sala de aula e sala de informática;
Foram realizadas atividades interdisciplinares, utilizando textos trazidos pelos alunos e professora:
Como a Matemática pode ajudar a melhorar em seu conhecimento sobre o assunto?
Explicitação das perguntas e questões a serem respondidas sobre o tema.
Promover debate entre os alunos para a elaboração de um índice de perguntas a serem objeto da investigação. A seguir a professora especifica os objetivos de aprendizagem e os conteúdos a serem trabalhados.
Construir com os alunos um esquema dos conteúdos envolvidos nesse tema.
As questões podem servir como roteiro de trabalho que nortearão os instrumentos a serem selecionados.
- Fontes diretas – entrevistas, confecções, experimentações, fotos e filmagens.
- Fontes indiretas - site, vídeos, livros, artigos, dados estatísticos, jornais, inclusive informações fornecidas pela professora.
Obtemos com essa pesquisa a interpretação da realidade, a definição e apresentação.
AVALIAÇÃO
A avaliação está sendo realizado no decorrer da pesquisa, na observação do desempenho de cada aluno, seu interesse e dedicação pelo projeto.
E também os alunos estão sendo avaliados em dois níveis:
Individual: em que o aluno recapitula e reflete sobre o que aprendeu e as tarefas que concretizou.
Coletivo: com a ajuda da professora, os alunos aplicarão a informação trabalhada e as conclusões obtidas em situações diferentes daquela vivida no projeto, permitindo generalizações e conceitualizações.
Base Conceitual

Violência doméstica, também conhecida como violência familiar, é um fenômeno complexo, pois suas causas são múltiplas e de difícil definição. Vários teóricos ofereceram definições sobre o tema, no entanto nenhuma dessas teorias conseguiu refletir a conceituação global do fenômeno. Como afirma (Heise ET al., 1994:41) "... é um fenômeno extremamente complexo, com raízes profundas nas relações de poder baseadas no gênero, na sexualidade, na auto-identidade e nas instituições sociais Lembre Walker afirmou que a violência doméstica, em especial contra as mulheres, não ocorre de um dia para o outro, ela é, pois, um processo longo que ele apresentou em um modelo de "Ciclo de Violência" que consiste de três fases:
• Lua de mel: caracterizada por afeição, reconciliação, e aparente fim da violência.
•Surgimento da tensão: caracterizada por pouca comunicação, tensão, medo de causar explosões de violência.
• ação: caracterizada por explosões de violência, abusos.
A violência doméstica é considerada um dos fatores que mais estimula crianças e adolescentes a viver nas ruas. Em muitas pesquisas feitas, as crianças de rua referem maus-tratos corporais, castigos físicos, violência sexual e conflitos domésticos como motivo para sair de casa (danielacarneiro.com/violenciadomestica.aspx)
Para entender a violência doméstica, deve-se ter em mente alguns conceitos sobre a dinâmica e as diversas faces da violência doméstica, como por exemplo.
O QUE É VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
Em 1994, o Brasil assinou o documento da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, também conhecida como Convenção de Belém do Pará. Este documento define o que é violência contra a mulher, além de e explicar as formas que essa violência pode assumir e os lugares onde pode se manifestar. Foi com base nesta Convenção que a definição de violência contra a mulher constante na Lei Maria da Penha foi escrita.
Segundo a Convenção de Belém do Pará:
Art. 1º Para os efeitos desta Convenção deve-se entender por violência contra a mulher qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado.
Art. 2º Entender-se-á que violência contra a mulher inclui violência física, sexual e psicológica:
1. Que tenha ocorrido dentro da família ou unidade doméstica ou em qualquer outra relação interpessoal, em que o agressor conviva ou haja convivido no mesmo domicílio que a mulher e que compreende, entre outros, estupro, violação, maus-tratos e abuso sexual:
2. Que tenha ocorrido na comunidade e seja perpetrada por qualquer pessoa e que compreende, entre outros, violação, abuso sexual, tortura, maus tratos de pessoas, tráfico de mulheres, prostituição forçada, seqüestro e assédio sexual no lugar de trabalho, bem como em instituições educacionais, estabelecimentos de saúde ou qualquer outro lugar.
3. Que seja perpetrada ou tolerada pelo Estado ou seus agentes, onde quer que ocorra.
A Lei Maria da Penha traz uma definição de violência contra a mulher seguida por uma explicitação das formas nas quais tais violências podem se manifestar, inspirada nos princípios colocados na Convenção de Belém do Pará. Este trecho está no TITULO II – DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER, dentro do qual encontramos dois capítulos, sendo que o primeiro trata de definir a violência em foco e o segundo das formas de violência. Inserimos, logo abaixo, esses dois capítulos, mas você pode acessar a o texto completo da Lei Maria da Penha no item A LEI NA ÍNTEGRA.
Tipos de violência
Para entender a violência doméstica, deve-se ter em mente alguns conceitos sobre a dinâmica e as diversas faces da violência doméstica, como por exemplo:
A Violência Psicológica ou Agressão Emocional, às vezes tão ou mais prejudicial que a física, é caracterizada por rejeição, depreciação, discriminação, humilhação, desrespeito e punições exageradas. Trata-se de uma agressão que não deixa marcas corporais visíveis, mas emocionalmente causa cicatrizes indeléveis para toda a vida.
A violência verbal normalmente se dá concomitante à violência psicológica. Alguns agressores verbais dirigem sua artilharia contra outros membros da família, incluindo momentos quando estes estão na presença de outras pessoas estranhas ao lar. Em decorrência de sua menor força física e da expectativa da sociedade em relação à violência masculina, a mulher tende a se especializar na violência verbal, mas, de fato, esse tipo de violência não é monopólio das mulheres.
A violência doméstica é um problema que atinge milhares de crianças, adolescentes, e mulheres. Esta página começava com essas palavras, até que recebi e-mail de um leitor ressaltando a falha e injustiça de excluir, do rol dos prejudicados, os homens. Portanto, podemos começar de novo dizendo que: A violência doméstica é um problema universal que atinge milhares de pessoas, em grande número de vezes de forma silenciosa e dissimuladamente.
Violência física é o uso da força com o objetivo de ferir, deixando ou não marcas evidentes. São comuns murros e tapas, agressões com diversos objetos e queimaduras por objetos ou líquidos quentes. Quando a vítima é criança, além da agressão ativa e física, também é considerado violência os atos de omissão praticados pelos pais ou responsáveis.
Quando as vítimas são homens, normalmente a violência física não é praticada diretamente. Tendo em vista a habitual maior força física dos homens, havendo intenções agressivas, esses atos podem ser cometidos por terceiros, como por exemplo, parentes da mulher ou profissionais contratados para isso. Outra modalidade são as agressões que tomam o homem de surpresa, como por exemplo, durante o sono. Não é incomum, atualmente, a violência física doméstica contra homens, praticados por namorados (as) ou companheiros (as) dos filhos (as) contra o pai.
Apesar de nossa sociedade parecer obcecada e entorpecida pelos cuidados com as crianças e adolescentes, é bom ressaltar que um bom número de agressões domésticas é cometido contra os pais por adolescentes, assim como contra avós pelos netos ou filhos. Dificilmente encontramos trabalhos nessa área.
Não havendo uma situação de co-dependência do (a) parceiro (a) à situação conflitante do lar, a violência física pode perpetuar-se mediante ameaças de "ser pior" se a vítima reclamar às autoridades ou parentes. Essa questão existe na medida em que as autoridades se omitem ou tornam complicadas as intervenções corretivas.
O abuso do álcool é um forte agravante da violência doméstica física. A embriaguês Patológica é um estado onde a pessoa que bebe torna-se extremamente agressiva, às vezes nem lembrando com detalhes o que tenha feito durante essas crises de furor e ira. Nesse caso, além das dificuldades práticas de coibir a violência, geralmente por omissão das autoridades, ou porque o agressor quando não bebe "é excelente pessoa", segundo as próprias esposas, ou porque é o esteio da família e se for detido todos passarão necessidade, a situação vai persistindo.
O álcool é a droga licita mais consumida no Brasil, com estimativa de 74,6% de adeptos e 12,3% de dependentes, segundo o Centro Brasileiro de informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID), da Unifesp. No entanto, quase 50% dos agressores alcoolizados são da classe baixa (Classificação IBGE. As mulheres são os principais alvos da violência doméstica, principalmente dos 31 aos 59 anos, 65,6% das vítimas eram agredidas por homens alcoolizados, que, em sua maioria, eram seus maridos.
O agravante é que procurar ajuda ainda é um obstáculo para quem sofre com a violência doméstica, 86,4% das vítimas de agressores alcoolizados e 89% das vítimas de agressores subiu não procuram ajuda nem denunciam o ato violento sofrido. Alguns fatores, como medo e vergonha perante a família e a sociedade, impedem que muitas mulheres denunciem seus agressores e não procuram ajuda dos serviços básicos de saúde.
Mesmo reconhecendo as terríveis dificuldades práticas de algumas situações, as mulheres vítimas de violência física podem ter alguma parcela de culpa quando o fato se repete pelas três vezes. Na primeira ela não sabia que ele era agressivo. A segunda aconteceu porque ela deu uma chance ao companheiro de corrigir-se, mas na terceira, é indesculpável.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), foram agredidas fisicamente por seus parceiros entre 10% a 34% das mulheres do mundo. De acordo com a pesquisa “A mulher brasileira nos espaços públicos e privados” – realizada pela Fundação Perseu Abra mo em 2001, registrou-se espancamento na ordem de 11% e calcula-se que perto de 6,8 milhões de mulheres já foram espancadas ao menos uma vez.
A Violência Psicológica ou Agressão Emocional, às vezes tão ou mais prejudicial que a física, é caracterizada por rejeição, depreciação, discriminação, humilhação, desrespeito e punições exageradas. Trata-se de uma agressão que não deixa marcas corporais visíveis, mas emocionalmente causa cicatrizes indeléveis para toda a vida.
Um tipo comum de Agressão Emocional é a que se dá sob a autoria dos comportamentos histéricos, cujo objetivo é mobilizar emocionalmente o outro para satisfazer a necessidade de atenção, carinho e de importância. A intenção do (a) agressor (a) histérico (a) é mobilizar outros membros da família, tendo como chamariz alguma doença, alguma dor, algum problema de saúde, enfim, algum estado que exija atenção, cuidado, compreensão e tolerância.
Outra forma de Violência Emocional é fazer o outro se sentir inferior, dependente, culpado ou omisso é um dos tipos de agressão emocional dissimulada mais terrível. A mais virulenta atitude com esse objetivo é quando o agressor faz tudo corretamente, impecavelmente certinho, não com o propósito de ensinar, mas para mostrar ao outro o tamanho de sua incompetência. O agressor com esse perfil tem prazer quando o outro se sente inferiorizado, diminuído e incompetente. Normalmente é o tipo de agressão dissimulada pelo pai em relação aos filhos, quando esses não estão saindo exatamente do jeito idealizado ou do marido em relação às esposas.
O comportamento de oposição e aversão é mais um tipo de Agressão Emocional. As pessoas que pretendem agredir se comportam contrariamente àquilo que se espera delas. Demoram no banheiro, quando percebem alguém esperando que saiam logo, deixam as coisas fora do lugar quando isso é reprovado, etc. Até as pequenas coisinhas do dia-a-dia podem servir aos propósitos agressivos, como deixar uma torneira pingando, apertar o creme dental no meio do tubo e coisas assim. Mas isso não serviria de agressão se não fossem atitudes reprováveis por alguém da casa, se não fossem intencionais.
Essa atitude de oposição e aversão costuma ser encontrada em maridos que depreciam a comida da esposa e, por parte da esposa, que, normalmente se aborrecendo com algum sucesso ou admiração ao marido, ridiculariza e coloca qualquer defeito em tudo que ele faça.
Esses agressores estão sempre a justificar as atitudes de oposição como se fossem totalmente irrelevantes, como se estivessem corretas, fossem inevitáveis ou não fossem intencionais. "Mas, de fato a comida estava sem sal... Mas, realmente, fazendo assim fica melhor..." e coisas do gênero. Entretanto, sabendo que são perfeitamente conhecidos as preferências e estilos de vida das demais atitudes irrelevantes e aparentemente inofensivas podem estar sendo propositadamente agressivas.
As ameaças de agressão física (ou de morte), bem como as crises de quebra de utensílios, mobílias e documentos pessoais também são considerados violência emocional, pois não houve agressão física direta. Quando o (a) cônjuge é impedido (a) de sair de casa, ficando trancado (a) em casa também se constitui em violência psicológica, assim como os casos de controle excessivo (e ilógico) dos gastos da casa impedindo atitudes corriqueiras, como, por exemplo, o uso do telefone.
Por razões psicológicas íntimas, normalmente decorrentes de complexos e conflitos, algumas pessoas se utilizam da violência verbal infernizando a vida de outras, querendo ouvir, obsessivamente, confissões de coisas que não fizeram. Atravessam noites nessa tortura verbal sem fim. "Você tem outra (o), você olhou para fulana (o)... confesse, você queria ter ficado com ela (e)" e todo tido de questionamento, normalmente argumentados sob o rótulo de um relacionamento que deveria se basear na verdade, ou coisa assim.
A violência verbal existe até na ausência da palavra, ou seja, até em pessoas que permanecem em silêncio. O agressor verbal, vendo que um comentário ou argumento é esperado para o momento, se cala, emudece e, evidentemente, esse silêncio machuca mais do que se tivesse falado alguma coisa.
Nesses casos a arte do agressor está, exatamente, em demonstrar que tem algo a dizer e não diz. Aparenta estar doente, mas não se queixa, mostra estar contrariado, "fica bicudo", mas não fala, e assim por diante. Ainda agrava a agressão quando atribui a si a qualidade de "estar quietinho em seu canto", de não se queixar de nada, causando maior sentimento de culpa nos demais.
Ainda dentro desse tipo de violência estão os casos de depreciação da família e do trabalho do outro. A violência verbal e psicológica diz respeito às ofensas morais. Maridos e esposas costumam ferir moralmente quando insinuam que o outro tem amante. Muitas vezes a intenção dessas acusações é mobilizar emocionalmente o (a) outro (a), fazê-lo (a) sentir diminuído (a). O mesmo peso de agressividade pode ser dado aos comentários depreciativos sobre o corpo do (a) cônjuge.
Afinal, se a criança e o adolescente não conseguem encontrar segurança e estabilidade em suas próprias casas, que visão levará para o mundo lá fora? Os conflitos nas crianças podem resultar da disparidade entre o que diz a mãe, sobre ter medo de estranhos, e a violência sofrida dentro de casa, cometida por pessoas que a criança conhece muito bem. Além disso, a violência doméstica pode ainda perpetuar um modelo de ração agressiva e violenta nas crianças que estão com a personalidade em formação.
A violência doméstica é considerada um dos fatores que mais estimula crianças e adolescentes a viver nas ruas. Em muitas pesquisas feitas, as crianças de rua referem maus-tratos corporais, castigos físicos, violência sexual e conflitos domésticos como motivo para sair de casa.
Violência sexual
A violência sexual compreende uma variedade de atos ou tentativas de relação sexual sob coação ou fisicamente forçada, no casamento ou em outros relacionamentos.
A violência sexual é cometida na maioria das vezes por autores conhecidos das mulheres envolvendo o vínculo conjugal (esposo e companheiro) no espaço doméstico, o que contribui para sua invisibilidade. Esse tipo de violência acontece nas várias classes sociais e nas diferentes culturas. Diversos atos sexualmente violentos podem ocorrer em diferentes circunstâncias e cenários. Dentre eles podemos citar:
• Estupro dentro do casamento ou namoro;
• Estupro cometido por estranhos;
• Investidas sexuais indesejadas ou assédio sexual, inclusive exigência de sexo como pagamento de favores;
• Abuso sexual de pessoas mental ou fisicamente incapazes;
• Abuso sexual de crianças;
• Casamento ou coabitação forçado, inclusive casamento de crianças;
• Negação do direito de usar anticoncepcionais ou de adotar outras medidas de proteção contra doenças sexualmente transmitidas;
•Aborto forçado;
• Atos violentos contra a integridade sexual das mulheres,
inclusive mutilação genital feminina e exames obrigatórios de virgindade;
• Prostituição forçada e tráfico de pessoas com fins de exploração sexual;
• Estupro sistemático durante conflito armado.
Violência sexual está em 1º lugar em Mato Grosso
Mil quatrocentos e quarenta casos de exploração e abuso sexual contra crianças e adolescentes foram atendidos pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), que existe em 29 dos 141 municípios de Mato Grosso. Os dados são do primeiro semestre de 2008 e foram reunidas pela Secretaria de Estado de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social (Setecs). Os dados ainda mostram que a segundo tipo de violência com maior incidência nos locais é a violência psicológica (1.278), seguida da negligência (1.266).
As causas da violência doméstica:
A principal causa é a causa cultural, se levarmos em conta a própria estrutura da sociedade cabo-verdiana, isto é, Cabo Verde foi formado na sua origem por escravos, como se sabe um país de base escravagista e violenta por excelência. Portanto a cultura da violência é inerente ao homem cabo-verdiano.
A segunda causa é a causa econômica. É sabido que a mulher é a principal vítima de violência doméstica e isto porque ela foi sempre discriminada ao longo da história, o homem é que ia a escola, era ele quem tinha o dever de sustentar a casa, e a mulher não podia ir à escola porque o principal papel dela era a procriação e educar os filhos por isso, ainda muito dos nossos homens pensam desta maneira e segundo estes, a mulher deve ficar em casa cuidando dos filhos sem levar em conta outros direitos que ela tem. Leituras e socializações de textos que abordam tipos de violência, quem são os agressores, comportamento de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual;
A terceira causa é a causa psicológica. O homem ainda hoje acha que a mulher que convive é propriedade sua. “Eu mando, faço e posso.” O homem manda, agride e muitas vezes a mulher fica num beco sem saída porque não tem onde voltar por causa da pobreza ela muitas vezes agüenta um conjunto de situações complicadas já que depende totalmente do marido ou companheiro porque já tem um conjunto de filmes esta é a principal razão de suportar muitos abusos já que não tem outra forma de ganhar sustento dos filhos.
Há ainda outro aspecto sociológico denominado “incongruência de status” na qual, e mesmo que a mulher a lute fica sempre “descriminada”; ela pode ir à escola, ganhar o seu salário tal e qual o homem, contribuir no seu sustento da casa, na educação, mas sempre há uma desproporcionalidade entre o homem e ela porque mesmo que trabalhe fora, ela tem sempre a preocupação de chegar mais cedo em casa e fazer os trabalhos domésticos, tais como limpeza, alimentação, dar satisfação ao homem e etc. coisas que por vezes o não se preocupa, mas fazendo uma análise mais profunda, diríamos que todos estes fatores estão contidos dentro da falta de educação, porque a educação primária ou básica advém dos nossos pais e por vezes por falta de conhecimento, porque os pais não tiveram numa escola estão a sua vida fica limitada e ninguém pode dar aquilo que não tem. Uma pessoa só pode dar aquilo que tem.
Os ciúmes também é uma causa muito freqüente, normalmente o agressor (a) observa o (a) seu (sua) companheiro (a) conversando com uma pessoa do sexo contrário e sente-se ameaçado e agride o (a) companheiro (a).
Existem ainda muitas outras causas, cada um encara o problema da sua forma.
Ás conseqüências da violência doméstica:
A Violência Psicológica ou Agressão Emocional, às vezes tão ou mais prejudicial que a física, é caracterizada por rejeição, depreciação, discriminação, humilhação, desrespeito e punições exageradas. Trata-se de uma agressão que não deixa marcas corporais visíveis, mas emocionalmente causa cicatrizes indeléveis para toda a vida.
Um tipo comum de Agressão Emocional é a que se dá sob a autoria dos comportamentos histéricos, cujo objetivo é mobilizar emocionalmente o outro para satisfazer a necessidade de atenção, carinho e de importância. A intenção do (a) agressor (a) histérico (a) é mobilizar outros membros da família, tendo como chamariz alguma doença, alguma dor, algum problema de saúde, enfim, algum estado que exija atenção, cuidado, compreensão e tolerância.
Danos psicológicos – a vitima sofre de traumas depois de ser agredida. É encaminhada ao psicólogo.
A Violência Física (espancamento) é a agressão mais comum, sendo que alguns agressores chegam a amarrar as crianças com cordas ou correntes e espancá-los com objetos como cinto, vassoura, panelas, martelos, etc. Danos Físicos – quando a vítima fica num estado grave, por exemplo, quebrou um braço uma perna e etc., o (a) agressor (a) é preso.
A Violência Física engloba ainda outros atos de verdadeiro sadismo, como por exemplo, queimaduras com pontas de cigarro, água fervendo, privação de comida e água, etc. A atitude de agredir, covardemente prevalecida da maior força física dos pais pode resultar em severos traumatismos. São casos onde adultos que batem com a cabeça ou atiram a criança contra a parede.
Além das marcas físicas, a violência doméstica costuma causar também sérios danos emocionais. Normalmente é na infância que são moldadas grande parte das características afetivas e de personalidade que a criança carregará para a vida adulta.
Acontecem que as crianças aprendem com os adultos, normalmente e primeiramente dentro de seus lares, as maneiras de reagirem à vida e viverem em sociedade. As noções de direito e respeito aos outros, a própria auto-estima, as maneiras de resolver conflitos, frustrações ou de conquistar objetivo, tolerar perdas, enfim, todas as formas de se portar diante da existência são profundamente influenciadas durante a idade precoce. É assim que muitas crianças abusadas, violentadas ou negligenciadas na infância se tornam agressoras na idade adulta.
Alguns indícios de mau desenvolvimento de personalidade podem ser observados em idade precoce. Algumas dessas características podem ser manifestadas por dificuldades para se alimentar, dormir, concentrar-se. Essas crianças podem começar a se mostrarem exageradamente introspectivas, tímidas, com baixa auto-estima e dificuldades de relacionamento com os outros, outras vezes mostram-se agressivas, rebeldes ou, ao contrário, muito passivas.
Crianças que estão atravessando problemas domésticos relacionados à violência invariavelmente apresentam problemas na escola e no grupo social ao qual pertencem. Podem, não obstante se recusarem a falar sobre esses problemas quer com o adulto que cometeu a agressão, quanto com familiares e professores. Falta-lhes confiança nos adultos em geral.
O comportamento de oposição e aversão é mais um tipo de Agressão Emocional. As pessoas que pretendem agredir se comportam contrariamente àquilo que se espera delas. Demoram no banheiro, quando percebem alguém esperando que saiam logo, deixam as coisas fora do lugar quando isso é reprovado, etc. Até as pequenas coisinhas do dia-a-dia podem servir de propósitos aos agressores como deixar uma torneira pingando, apertar o creme dental no meio do tubo e coisas assim. Mas isso não serviria de agressão se não fossem atitudes reprováveis por alguém da casa, se não fossem intencionais.
Essa atitude de oposição e aversão costuma ser encontrada em maridos que depreciam a comida da esposa e, por parte da esposa, que, normalmente se aborrecendo com algum sucesso ou admiração ao marido, ridiculariza e coloca qualquer defeito em tudo que ele faça.
Esses agressores estão sempre a justificar as atitudes de oposição como se fossem totalmente irrelevantes, como se estivessem corretas, fossem inevitáveis ou não fossem intencionais. "Mas, de fato a comida estava sem sal... Mas, realmente, fazendo assim fica melhor..." e coisas do gênero. Entretanto, sabendo que são perfeitamente conhecidos as preferências e estilos de vida dos demais, atitudes irrelevantes e aparentemente inofensivas podem estar sendo propositadamente agressivas.
As ameaças de agressão física (ou de morte), bem como as crises de quebra de utensílios, mobílias e documentos pessoais também são considerados violência emocional, pois não houve agressão física direta. Quando o (a) cônjuge é impedido (a) de sair de casa, ficando trancado (a) em casa também se constitui em violência psicológica, assim como os casos de controle excessivo (e ilógico) dos gastos da casa impedindo atitudes corriqueiras, como, por exemplo, o uso do telefone.
A Gazeta
Setenta por cento das mulheres assassinadas no Brasil são vítimas fatais da violência praticada por maridos, companheiros e ex-parceiros. O dado foi apresentado pela promotora da 16ª Promotoria Especializada em Violência Doméstica, Elisamara Portela, durante o seminário "Violência contra uma mulher é uma violação aos Direitos Humanos". Organizado pelo Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de Mato Grosso (CEDM-MT), o seminário mostrou também que 78.168 mulheres foram vítimas de violência em apenas 8, das 141 cidades de Mato Grosso, entre 2006 e 2009 Elisamara ressalta que esses números são bem maiores, pois apenas Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Cáceres, Tangará da Serra, Juara , Primavera do Leste e Alta Floresta entraram no quantitativo, "isso sem contar violência doméstica é responsável por 70% de mortes de mulheres.
Quem é agredido (a)
As mulheres são vítimas em 84,3% dos casos. Com mais freqüência, as vítimas estão nas seguintes faixas etárias: 24,6% de 18 a 35 anos, 21,3% de 36 a 45 anos e 13% de 46 a 55 anos. Segundo pesquisas, as mulheres que apanham do parceiro têm alguns aspectos psicológicos comuns.
Muitas vezes, elas até mantêm certa cumplicidade com as atitudes agressivas do parceiro. Algumas destas mulheres vêm de famílias onde a violência e os castigos físicos faziam parte do quotidiano e é como se fossem obrigadas a repetir estas situações em suas relações atuais.
No momento de escolher um parceiro, podem, mesmo não sendo consciente, escolher homens mais agressivos, inocentemente admirados por elas nos tempos de namoro. O namorado agressivo era visto como protetor e o ciúme exagerado que ele expressava era considerado uma "prova" de amor.
Um elemento comum na maioria destas mulheres é o medo de não ter condição financeira para se manter ou aos filhos, se saírem da relação. O dinheiro entra aí como fato de controlo sobre a mulher. Voltamos a sugerir que os pais pensem se na educação dos filhos não condicionam a liberdade deles pelo dinheiro, ameaçando cortar o apoio financeiro como forma de obter respeito e obediência. Esta atitude pode criar tanta insegurança na filha, ao ponto dela se sentir incapaz de resolver sozinhos seus próprios problemas quando adulta.
Algumas mulheres se sentem muito frustradas e culpadas por não "conseguirem" ter feito o casamento dar certo. Estas foram educadas para cumprir o papel de mulher bem casada e se sentem incapazes de encarar o fato de terem errado na escolha.
Para elas, neste caso, falhar no casamento é pior que manter uma relação, ainda que péssima. Por vergonha e constrangimento, costumam esconder de todos que apanham dos parceiros, pois têm a esperança que eles mudem com o tempo. Mas a situação se arrasta ou se complica e ela não vê saída.
Portanto, a vítima, quase sempre tem uma relação de dependência com o agressor. Mais que a dependência econômica com relação ao homem, é a dependência emocional que faz a mulher suportar as agressões. Há casos de maridos que vão ao local de trabalho da mulher e a agridem diante de colegas, e de abusos sexuais de pais contra filhas depois que ela se afastou do domicílio comum.
Mesmo a separação não significa o fim da violência. Numerosas vezes, o marido continua a importunar a ex-mulher, especialmente quando ela vive só ou com os filhos. O caso pode mudar, contudo, quando a mulher passa a viver com um novo marido ou companheiro.
Bibliografias:
http://danielacarneiro.com/violenciadomestica.aspx
WWW.revistamalu.com.br
WWW.ipas.org.br/violência.html
WWW.winciclopédialivre.com.br
WWW.mensagem.etc.br/mensagem-ser-crianca.html
WWW.mulheresdeolho.com.br
WWW.violênciadoméstica.com.br
WWW.nãobataeduque.org.br
WWW.violencianasescolas.com.br
WWW.abusosexual.org.br
WWW.varadainfancia.com.br
WWW.violencia_upes.br/fuarejão/cs
WWW.google.com.br/seacer?ni=pt-br
HTTP://pt:wipidia.org/wiki/abusosexual
HTTP://jisto10org/curiosidades/os_10municípios-mais-violentos-do.brasil
WWW.varadainfancia.com.br
Blog. Raiox
Revista Sinais dos Tempos, Ed.2010, Quebrando o Silêncio.